TRAVESSIA TORRES-TRAMANDAÍ (TTT) - BASTIDORES

Por Frederico Vilhar
3 de fev. de 2015
3 min de leitura

Por muito tempo imaginei que para se ter uma equipe era preciso praticar um esporte coletivo. Futebol, Vôlei, Basquete, confesso que tentei de tudo, mas foi na corrida, especialmente na Travessia Torres-Tramandaí (TTT), que descobri o verdadeiro sentido de uma equipe. Quem já participou da prova sabe do que estou falando, para quem não, senta que lá vem a história...

Basicamente, a TTT pode ser disputada solo (82km), o que não quer dizer que não exista uma equipe por trás do atleta que vai para esse super desafio. No post anterior, sobre a reportagem que fizemos da prova conto um pouco da história do Cláudio Fortes, confira. Ainda existem duplas, quartetos e octetos para cumprir a mesma distância em uma prova que normalmente começa as 7h da manhã e termina às 16h.

No meu caso, fiz a opção pelo quarteto, essa galera da foto abaixo, pela ordem: Jorge Drebes (Walter das corridas), Maurício Longaray (Ronaldinho), Cristiano Lopes (Cris) e eu. Grupo montado pelo professor Juliano Maciel, da equipe Winners, e uma sintonia criada por nós mesmos nas dezenas de treinos de preparação para prova, churrascos e reuniões de planejamento. De fato, o segredo da equipe foi a parceria estruturada bem antes da prova, mas aqui quero contar sobre o antes, o durante e o depois da corrida, então vamos lá.

30/01/2015 - Sexta-feira

No plano, decidimos sair de Porto Alegre rumo a Torres, local da largada da prova, a cerca de 190 km da capital, no fim da tarde. Era pra ser às 19, mas até reunir todos depois de um dia de trabalho conseguimos nos encontrar às 21h na minha casa. Ali, com a ajuda brilhante da minha esposa Danuzza Diniz , já tinhamos parte da alimentação para o dia seguinte preparada (batatas doces e ovos cozidos para dar energia durante a prova). Foi feita por ela também a massa com molho de tomate que foi nosso janta naquele dia. Jantamos, preparamos alguns sanduíches e seguimos. Saímos por volta de 22h, logo, chegamos a Torres já passava da meia-noite. Fomos a pousada. Local simples, mas tinha o que precisávamos, cama e chuveiro. Era hora de dormir, mas só conseguimos cumprir essa missão depois de 1h da manhã.

31/01/2015

Acordamos as 5h. Muito cedo né? Mas tinha que ser. A nossa largada estava programada para às 7h da manhã, precisávamos tomar café e além de tudo chegar antes da 6h na largada para acompanhar a saída dos ultramaratonistas. Fazer parte da equipe de uma jornalista não é fácil, todo mundo tem que entrar na função. Fizemos o que era preciso e nos preparamos com a ajuda do amigo Tiago Ferroni, da produtora que nos acompanhou na matéria.

Parceria

A prova começou com o Ronaldinho e dali pra frente, já que a prova teria oito trechos, o resto do grupo tinha que seguir de carro para o próximo posto de troca de chip e assim sucessivamente. Ou seja, todo mundo foi motorista, navegador, incentivador e mais que isso AMIGO para incentivar e entender o que cada parceiro precisava para correr o seu trecho da melhor maneira possível. A cada troca de chip, o incentivo e o apoio fortaleciam a vontade de dar o melhor não só por si mesmo, mas pelo time, UM POR TODOS, TODOS POR UM. Na metade da prova, a surpresa: estávamos em sexto lugar de 79 quartetos, ou seja, a chance de pegar um pódio se tornou real. Sonhamos juntos, lutamos juntos até o final.

Fim de prova

Por fim, ficamos mesmo com o sexto lugar. Lesões, dores e a nossa condição física nos impediram de chegar ao pódio. Mas depois de tudo o que vivemos, a certeza de que a missão foi cumprida. Demos o nosso melhor, não só na corrida, o melhor de nós também como seres humanos, amigos e parceiros. O sorriso no rosto e o abraço pra foto final não deixa dúvidas de que a TTT 2015 foi para nós uma grande vitória.

Confira a reportagem do quadro CORRER É Fácil sobre a TTT. Assista.