FISIOTERAPIA CONSCIENTE - MONTANHA SE APRENDE? Correndo!

Tenho um pensamento muito próprio que é: - Montanha se aprende correndo!

Passados alguns anos que migrei das ruas e asfalto para esta modalidade, o mesmo pensamento segue firme em minha mente.

Cada montanha “é única” e vem acompanhada de muitas surpresas climáticas e de altimetria, altitude, tipo de terreno, logística e até mesmo a recepção dos organizadores do evento. Cada uma tem seu grau de dificuldade não só para quem as corre como para quem as organiza. Talvez por isso seja prudente começar pelos percursos mais fáceis e com distâncias menores.

Mas como correr nas montanhas?

“O ambiente interfere na forma como nos movemos.” Dentro de nossas casas, no trabalho, nas cidades e nas montanhas, o movimento é comportamental e se adapta as mais variadas situações.

É encantador perceber que nas provas off-road, forças da natureza se impõe ao humano. Quando nos disponibilizamos a este desafio, de estar nas montanhas, aprendemos a respeitar o vento, a garoa, as pedras, o gelo, os rios, as trilhas. Tudo passa a fazer sentido.

Além de se preocupar com treinamento físico específico, equipamentos e alimentação, o atleta amador ou de performance sentirá o cansaço mental-emocional em maior proporção do que o cansaço físico. Claro, fato este que se aplica a grandes montanhas e distâncias.

Falando em distâncias, “aprenda a pensar em horas.” Esqueça a regra pace x quilômetros. “Trabalhe força, resistência, estabilidade, sustentabilidade, equilíbrio e coordenação motora.” Estas habilidades são adquiridas mesmo dentro de um perímetro urbano, já que nem sempre as montanhas estão próximas e acessíveis.

“Desenvolva a fluidez e o equilíbrio entre a tensão muscular e a elasticidade.” Seja criativo nos treinos. Aprenda a saltar, subir e descer escadas, correr na grama, subir e descer ladeiras, variar ritmos e caminhar.

Em terrenos e provas com menor dificuldade e sem tantos obstáculos naturais, é possível buscar um ritmo e mantê-lo. “Para isso, basta treinar força para subir e técnicas específicas para descer sem travar o corpo.”

E quando você se sentir seguro o bastante para se deixar seduzir pelas mudanças de humor das majestosas montanhas, aprenda a interpretar o caminho sob seus pés. “Corra usando a capacidade humana de sentir, pensar e se mover!”

Da próxima vez falarei sobre equipamentos minimamente necessários para este desafio!

Luciana Fioravanti

Fisioterapeuta / Terapeuta Morfoanalista

Corredora de Montanhas (sempre que possível)

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