DECIDI CORRER 42K, E AGORA? CHEGUEI! - MARATONA DE SÃO PAULO
- Maurício Longaray
- 21 de mai. de 2015
- 3 min de leitura

Amigos corredores e os que ainda não correm, gostaria de compartilhar falando um pouco mais sobre o que é a sensação de participar da maratona internacional de São Paulo.
O dia 17/05/15 ficou marcado na minha vida, serviu como uma grande experiência, serviu para administrar todos os pensamentos que vieram na hora da prova, os treinos longos, o ritmo nos momentos de maior desgaste e principalmente para enfrentar e superar meus limites. Antes de tudo, eu me perguntava como me preparar, em que distância poderia chegar em meus treinos para realizar o tão esperado dia, para correr os famosos 42km. Não sei se aqueles que já passaram por este dia, tiveram essa mesma ansiedade que preocupa dias antes de correr uma maratona, se ficaram se perguntando como dar o seu melhor, ou o que fazer para o rendimento permanecer até o fim. Bem, chego no Ibirapuera uma hora antes da largada, as 7:30 tocou a sirene, Putz e agora?
Vem aquele primeiro pensamento, será que vou conseguir completar? O negócio foi tentar me desligar de tudo que pudesse me fazer desistir! Estava em meio a uma multidão contagiante de 16mil pessoas! Então, cruzo o pórtico, e durante o início do percurso até o Km 21, fisicamente parecia estar tudo muito tranquilo, já tinha completado metade do caminho, mas ainda faltavam mais 21km, as inseguranças foram desaparecendo aos poucos pois meu ritmo era bom, estava com pace de 5:15 a 5:30, e não passava disso.
No Km 23 encontrei um parceiro na prova, chega ao meu lado um senhor que deveria ter mais ou menos uns 45 anos de idade e disse que iria me acompanhar, acho que ele pensou que eu estava bem demais, na verdade mal sabia ele que quem iria acompanha-lo seria eu!!! No km 29 ele me olha e diz, se você quiser parar a hora é agora pra desistir ou seguir em frente, porque aqui vai passar um ônibus de volta para o início da largada, se não, vai ter que completar a prova caminhando. Bom, pra quem já correu até aqui, desistir? Claro que não! Vamos embora.
Já no Km 30 começou a me dar câimbra, e o psicológico nem sei mais... Porém a equipe de apoio do meu parceiro estava próxima, quando chegamos lá, nos deram bergamota, Coca - cola e uma bala de sal, ajudou a repor um pouco de energia e me toquei pro Km 37, olhei e imaginei que o restante do trajeto fosse descida, coisa boa! Que nada, era quase um km de subida, minhas pernas não aguentavam mais tanto esforço.
Me aproximo do Km 39. Já nem acreditava mais em mim, e lá vem de novo, mais uma decida e outra subida, só que dessa vez não consegui subir correndo, tive que dar uma caminhada, daí pra frente do Km 40 até 42 mais ou menos, tive que caminhar umas duas vezes, caminhava e corria porque meu corpo não aguentava mais. O desgaste, cansaço metal, o corpo todo doía, já estava destruído de todas as formas. Os segundos parecem uma eternidade, até que finalmente consigo cruzar a linha de chegada. Completo a minha primeira maratona com um tempo 04:16:40. A mistura de alívio, emoção e dor ao mesmo é difícil descrever. Só tenho certeza que valeu a pena! A importância de superar as nossas capacidades é um aprendizado e tanto!!
Agradeço a minha esposa Raquel Marques pelo apoio, e ao PF Juliano Maciel.
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