Superando Limites - Treino paraolímpico
- Frederico Vilarinho
- 20 de jul. de 2015
- 3 min de leitura
Para começar o desafio de escrever peridiocamente para o CORRER É FÁCIL nada melhora que contar a história do maior desafio da minha carreira até o momento.
Recentemente recebi um convite para treinar o atleta de tênis de cadeira de rodas Fábio Filgueiras. Confesso que desde o primeiro momento fiquei muito animado com o convite, mas admito que não terei que me esforçar bastante em busca dos objetivos traçados. Apesar de não ter conhecimento sobre o esporte em questão, sempre tive vontade de treinar um atleta com esse perfil e não poderia deixar escapar essa oportunidade. Assim como na vida, na profissão também precisamos de desafios, que te levem a sair de seu ponto de equilíbrio, a buscar conhecimentos novos e a permitir novas experiências.
Em uma sociedade onde respiramos o Futebol, a divulgação de outros esportes torna-se quase nula. É o caso do tênis de cadeira de rodas. Um esporte pouco conhecido, mas que me despertou interesse, não por suas regras, pois são basicamente semelhantes à do tênis, exceto o quique da bola, que neste esporte são dois e não um quique somente como no tênis convencional, mas sim pelas dificuldades impostas pelas limitações de seus atletas.

O tênis entrou na vida deste atleta há 7 anos. Fábio Filgueira é um atleta de 16 anos e apresentou um quadro de meningomielocele, uma má formação de congênita durante a gestação, lesionando as vertebras T12 e L1. As dificuldades impostas por sua lesão, o motivou a lutar e conquistar seu nome no esporte. Hoje ele se encontra em 1° lugar do Brasil e 5° do mundo e com ótimas chances paraolímpicas em 2020.
Para organizar a periodização do Fábio, conversei com o técnico dele sobre quais seriam as competições principais e sencundárias durante o desenvolvimento da forma física do atleta. Dentro disso, decidimos por um macrociclo do atleta durará 17 semanas até a prova principal, que será o torneio Guga, de 8 a 11 de outubro. Para o desenvolvimento esportivo, dividimos o macrociclo em blocos, denominados períodos. O período de base ou período de preparação será de 12 semanas, sendo 5 semanas para a preparação geral e 7 semanas para a preparação especial.
Neste período de 5 semanas, trabalharemos o treinamento resistido, com prioridade ao treinamento de resistência de força, pois o atleta não possui uma adaptação neuromuscular necessárias para a competição, em outras palavras, o atleta apresenta um déficit de força muscular. As 7 semanas do período de preparação especial, além de utilização do treinamento de força, incluiremos treinos de potência, velocidade, agilidade, sendo ótimos e necessários para trabalharmos pontos específicos do esporte em questão.
O período competitivo ou de competição é marcado por 4 semanas de preparação pré-competitiva e 1 semana no período competitivo, que também chamamos de polimento. No período pré-competitivo, as intensidades dos treinos serão aumentadas e/ou mantidas e os volumes de treinamento começam a cair. Esse período, o corpo do atleta já estará adaptado ás exigências expostas pela competição.
Espero que com meu conhecimento e minha experiência como preparador físico posso ajudá-lo a conseguir seus objetivos como pessoa e principalmente como atleta.

Frederico Vilarinho é formado em Educação Física pela Universidade Federal de Uberlândia e pós-graduado em Fisiologia do Exercício pela Universidade Veiga de Almeida e Triathlon pelo Instituto de Ciências em Saúde. Atualmente Vilarinho é coordenador de corrida da Academia Personal & Cia, membro do grupo de corrida Vilarinho Team, preparador Físico do Atleta de tênis de cadeira de rodas Fábio Filgueiras, personal trainer de academias e clubes da cidade de Uberlândia, atleta e técnico de triathlon.
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