RUMO AO WORLD IRONMAN - PARCERIA FAZ EVOLUIR
- Walter Tlaija
- 27 de jul. de 2015
- 2 min de leitura

Dentre meus prazeres no triathlon, um dos maiores é, sem dúvida, treinar sozinho. Gosto muito! A concentração aumenta, a percepção sobre o próprio corpo se aguça, promove-se o auto conhecimento. Consigo reparar de forma mais precisa as respostas que meu organismo dá aos estímulos e aproveito para mentalizar as situações que enfrentarei nas provas.
No entanto, treinar sozinho pode acabar estagnando a evolução ou tornando-a mais lenta. O corpo acostuma-se com o grau de esforço conhecido e aumentar o rendimento torna-se uma árdua tarefa. Para piorar, isso tudo acontece de forma quase imperceptível! Por conta disso procuro, ao menos uma vez por semana, realizar um treino acompanhado por alguém mais forte ou, pelo menos, mais experiente. Ter como parâmetro um atleta de mais alto nível proporciona um salto de qualidade enorme no desempenho. Velocidades antes impensáveis são atingidas, tempos que pareciam impossíveis são conquistados. E quanto mais fraco se é em determinada modalidade, mais importante torna-se uma ajuda externa.
Para melhorar minha natação, por exemplo, nado duas vezes por semana, senão mais, com a equipe master do Grêmio Náutico União. Lá sou impelido a me esforçar bem mais do que o habitual para conseguir realizar os treinos, o que acaba acelerando minha evolução. Tenho à minha volta atletas muito mais experientes, que já competiram muito mais do que eu, que possuem uma técnica muito mais apurada que a minha e que, quando há ocasião apropriada, ajudam com dicas e correções.
Logo que comecei no triathlon, há quatro anos, tive a sorte e o prazer de ter como parceiro de ciclismo alguém que hoje é um grande amigo: Franco Cammarota. Além de muito bom nadador, Franco era ótimo ciclista. Foi com ele que primeiro atingi níveis de esforço realmente elevados sobre a bicicleta. Nos treinos mais leves, mais confortáveis, conversávamos muito sobre técnica e estratégia de prova. Atualmente, um grande companheiro que tenho para pedalar é Frank Silvestrin, triatleta profissional. Frank foi muito importante na preparação para as minhas últimas três provas, quando realizamos vários treinos juntos, todos com alta qualidade, e que me apresentaram um novo patamar de esforço no ciclismo.
Mesmo sendo um corredor resistente, a ajuda e o estímulo que recebi do meu irmão, Tales Tlaija de Souza, certamente foram fundamentais na minha evolução. Por ser muito mais veloz que eu, fazer os treinos de pista com ele sempre foi dificílimo e por vezes não era possível acompanhá-lo. Tendo-o como referência e de tanto forcejar, acabei melhorando significativamente minha velocidade, o que, inclusive nas provas longas, tem grande importância. Lucas Pretto, que já foi atleta profissional e que hoje compete como amador, foi outro que colaborou com o progresso da minha corrida. Na reta final da minha preparação para o Ironman Brasil, fizemos alguns treinos juntos e muitas dicas recebi, justamente no momento em que mais precisava.
Em suma, saber fazer uso dos períodos de solidão nos treinos sem companhia é muito importante, mas aproveitar o que atletas mais fortes e experientes tem a oferecer é fundamental. Para quem visa ao auto rendimento, à performance, deixar a zona de conforto de lado e despender um esforço não habitual, uma ou duas vezes por semana, é imprescindível.
Comments