RUMO AO WORLD IRONMAN - 15 DIAS. AGORA JÁ ERA!!!

Quinze dias para o World Ironman Championship, em Kona, Hawai. Mais um ciclo que vai chegando ao fim, mais um período de duro treinamento que se encerra. Foram quatro meses de preparação específica para essa prova, começando em junho, logo após o Ironman Brasil. Nessas duas semanas que restam, o objetivo é aprimorar e ajustar tudo aquilo que foi conquistado até agora, dando mais atenção ao descanso e à recuperação.

Olho pra trás e vejo diversos treinos pesados e extenuantes, tanto na água quanto sobre a bike ou correndo. Vejo dias de muito cansaço, nos quais, logo ao acordar, parecia impossível realizar 20min de qualquer atividade física que fosse. Dias em que foi preciso muita força de vontade para sair de casa e treinar. Dias com frio severo, com chuva torrencial ou ventos intensos durante o ciclismo, com calor escaldante castigando na corrida. Vejo momentos na piscina nos quais os braços pareciam boicotar o resto do corpo, de tão travados, e o pulmão ardia, tamanho o esforço; momentos pedalando em que a bicicleta parecia estar contra um muro, o qual eu deveria atravessar, e as pernas davam a impressão de terem sido tomadas por veneno no lugar do sangue; trechos nos quais, correndo, a visão embaralhava, a cabeça tombava sobre um dos ombros, arrepios percorriam o corpo e a sensação era a de não ser possível manter o ritmo por nem mais cinco metros.

Treinar para um Ironman não é fácil. Para o mundial, menos. Sabia que seria assim. Assumi o risco ao lado da minha treinadora e grande incentivadora, Verônica Bardini, e, juntos, percorremos e concluímos mais essa fase. E quando olho pra trás, não vejo apenas sofrimento e dor. Claro que não! Vejo ótimos treinos realizados, vários deles na companhia do meu irmão, Tales, que foi meu grande parceiro nesses quatro meses. Vejo satisfação e prazer ao finalizar uma dura série na água, um ótimo tiro de 40km pedalando, um longo de corrida consistente e equilibrado, por exemplo. Nesse período, muita coisa boa aconteceu, muito aprendi sobre meu corpo e intensifiquei o vínculo com as pessoas que me acompanham na rotina dos treinos.

Enfim, é chegada a hora de dar total atenção ao detalhes, mentalizar e internalizar o que imagino que vá acontecer na prova, acalmar o corpo e a mente, enaltecer o tanto que foi conquistado e o quanto eu batalhei para estar, agora, confiante e com sensação de dever cumprido. O que era pra ter sido feito já foi. Não vejo a hora de escutar a buzina dando a largada e aproveitar ao máximo esta experiência!