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O DIA SEGUINTE (NYC MARATHON ) - ANA GORINI DA VEIGA

  • Ana Gorini da Veiga
  • 4 de nov. de 2015
  • 2 min de leitura


Então chegou terça-feira. O que não doeu no dia seguinte, doeu esta noite. Mas felizmente foi o pós-prova menos dolorido que já tive depois de uma maratona. Cheguei no laboratório cedo, preparei um experimento que dura cerca de 4 horas, organizei o meu lab notebook e, na hora do almoço, fui dar uma soltada nas pernas no Central Park. O dia está maravilhoso, sem uma nuvem no céu! O clima está mais é de primavera, e só se percebe que é outono pelas cores das folhas nas árvores e no chão.


Em dias assim, o parque fica movimentado, com gente andando de bicicleta, jogando frisbee ou baseball, crianças na aula de futebol, tenistas nas quadras, madame do UES com seu cachorrinho, yogin fazendo uma invertida e, como eu, alguns corredores. De cara dá pra reconhecer quem correu e quem não correu a maratona. Medalha? Não, desta vez não tinha ninguém com medalha no pescoço. O que se via era ou corredor com passadas largas, correndo a 4:00 – 4:30 minutos por quilômetro, ou umas criaturas que, como eu, arrastavam os pés nos gramados ou nos trechos de chão batido. Alguns ainda meio mancos, outros que corriam mais com os braços do que com as pernas, dando embalo. Novamente eu ria sozinha.


Central Park, Nova Iorque


Corri cerca de 3km na grama, onde tem vários campos de baseball bem em frente de casa, depois mais uns 500m até o Jacqueline Kennedy Onassis Reservoir (cerca de 2,5km). Na metade da volta já estava a uns 4:40/km quando alcancei um corredor que devia estar a 7:00/km. Me aproximei por trás e de cara já dei os parabéns pela maratona. Ele riu, entendendo que eu havia percebido a dificuldade dele em correr. Daí seguimos juntos por cerca de 1km.


Dinamarquês, também fez seu melhor tempo no domingo, fechando a prova em 2h57min e alguns segundos. Experiente, já correu as principais maratonas na Europa e considerou New York a maratona mais difícil que já correu, não apenas pela altimetria do percurso mas também porque achou muito quente, úmido e ventoso. Conversamos até eu fechar minha volta no reservoir e nos despedimos com um aperto de mão e aquele olhar de admiração mútua, depois cada um foi cambaleando pro seu lado.


Cenário de primavera no Central Park



 
 
 

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