ACABOU! PELA VALORIZAÇÃO DOS ATLETAS - MAURÍCIO PINSKOSKI
- Correr é Fácil
- 6 de nov. de 2015
- 2 min de leitura
"Então você treina, treina, treina e começa a obter aqueles resultados esperados. São horas de treinos, privações com a família, amigos, festinhas. Tem treinador, tem fisiatra, tem nutricionista. E logo quando começa a conseguir aquele resultado que sempre almejou não recebe nem uma medalha de 3° lugar, mesmo pagando um preço absurdo por uma inscrição. Essa pode ser a história de muitos dos entusiasmados corredores do Brasil. Momentos que são desanimadores para atletas como eu, Maurício Pinzkoski. É preciso regular um mercado em que empresas cobrem inscrições, vendem patrocínio e também são financiadas por programas de incentivos do governo e não reconhecem o atleta".

O desabafo é do atleta gaúcho Maurício Pinskoski, é praticamente unanimidade entre os corredores, especialmente, aqueles que disputam as provas em um nível de elite/amador, ou seja, não vivem da corrida, mas se empenham como se fossem profissionais e alcançam bons resultados.
Com o crescimento do número de eventos realizados em todo o Rio Grande do Sul, a falta de uma regulamentação no que diz respeito a realização dos eventos incomoda os atletas, principalmente, quando o assunto é a premiação. Muitas vezes, as provas concedem apenas medalhas e somente para os três primeiros classificados gerais, desconsiderando os melhores classificados nas categorias.
Um projeto de lei pretende mudar essa realidade. A PL 409/2015, da deputada Liziane Bayer, baseado em uma lei já em vigor na cidade paulista de Campinas. A proposta prevê que 20% da arrecadação do evento seja destinado para premiar os classifcados em suas categorias. "Aqui no estado temos a própria Maratona de Porto Alegre, que além de cobrar um valor de inscrição muitas vezes não acessível a alguns atletas, recebe verba de patrocínio e, em alguns casos, financiamento do governo do estado, Apesar de incentivar a prática do atletismo, a prova não valoriza aqueles que treinam e buscam classificação", comentou Liziane.

Leonardo Ribas, treinador da seleção brasileira de atletismo, avaliou a proposta. "Acho bem interessante a premiação em dinheiro. Por outro lado as provas que não possuem muito recurso terão mais dificuldades em realizar os eventos, podendo comprometer o número de provas", observou.
Agora, a proposta passa pela Comissão de Constituição e Justiça e posteriormente votação em plenário. "É hora de debater, e melhorias sempre são bem-vindas. O que não podemos é permitir a continuidade do que hoje acontece aqui no Rio Grande do Sul sem a devida contrapartida aos atletas que participam das corridas", afirmou a autora do projeto.
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