ADEUS À PISTA DA REDENÇÃO???
- Correr é Fácil
- 1 de dez. de 2015
- 5 min de leitura
Na tarde desta segunda-feira (30), os profissionais de educação física e assessorias esportivas da capital gaúcha foram surpreendidos com uma notificação por parte da Secretaria de Esportes, Recreação e Lazer de Porto Alegre que visa proibir a utilização dos espaços públicos para ministrar aulas particulares com rendimento econômico. O documento assinado pelo secretário José Edgar Meurer aborda, principalmente, o uso das dependências do Parque Ramiro Souto, onde fica a pista de atletismo - que por sinal está velha e abandonada - que, por falta de alternativas, é utilizada pela maioria das equipes de corrida de Porto Alegre. Uma reunião na próxima sexta-feira (04) deve definir diretrizes para a resolução do problema.
O Correr é Fácil ouviu representantes de algumas assessorias esportivas - os que não foram ouvidos, ainda podem nos enviar sua opinião - para saber o que todos pensam a respeito do assunto.
Juliano Maciel - Winners Assessoria Esportiva

Quando recebi a notícia, por meio de vocês do Correr é Fácil, e na hora não entendi muito bem, não sabia da onde vinha essa informação, mas ao conferir as outras mensagens em um grupo com os treinadores de outras equipes, fiquei sabendo de uma reportagem na rádio com o Secretário de Esportes, Recreação e Lazer, Sr. José Edgar Meurer sobre o assunto.
Como o boato corre solto, na hora fui até o local para verificar o que realmente estava acontecendo e lá recebi a notificação . A mesma informa a proibição de utilização dos espaços públicos "para ministrar aulas particulares com fins lucrativos ou rendimento econômico." E no parágrafo seguinte complementa que seria necessário uma autorização para tal, e termina dizendo que o Parque oferece diversas atividades gratuítas.
Então vamos por partes...
Começo citando a RESOLUÇÃO CONFEF nº 046/2002, Dispõe sobre a Intervenção do Profissional de Educação Física e respectivas competências e define os seus campos de atuação profissional. http://www.confef.org.br/extra/resolucoes/conteudo.asp?cd_resol=82
DOU 53, seção 1, pág. 134, 19/03/2002
DOCUMENTO DE INTERVENÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA
III - RESPONSABILIDADE SOCIAL NO EXERCÍCIO PROFISSIONAL
4 - DOS LOCAIS DE INTERVENÇÃO
O exercício do Profissional de Educação Física é pleno nos serviços à sociedade, no âmbito das Atividades Físicas e Desportivas, nas suas diversas manifestações e objetivos. O Profissional de Educação Física atua como autônomo e/ou em Instituições e Órgãos Públicos e Privados de prestação de serviços em Atividade Física, Desportiva e/ou Recreativa e em quaisquer locais onde possam ser ministradas atividades físicas, tais como: Instituições de Administração e Prática Desportiva, Instituições de Educação, Escolas, Empresas, Centros e Laboratórios de Pesquisa, Academias, Clubes, Associações Esportivas e/ou Recreativas, Hotéis, Centros de Recreação, Centros de Lazer, Condomínios, Centros de Estética, Clínicas, Instituições e Órgãos de Saúde, "SPAs", Centros de Saúde, Hospitais, Creches, Asilos, Circos, Centros de Treinamento Desportivo, Centros de Treinamento de Lutas, Centros de Treinamento de Artes Marciais, Grêmios Desportivos, Logradouros Públicos, Praças, Parques, na natureza e outros onde estiverem sendo aplicadas atividades físicas e/ou desportivas.
Parece que depois deste parágrafo não temos muito o que acrescentar, mas vamos continuar no contexto social, onde nós somos propagadores de saúde, aliviando os cofres públicos nas despesas hospitaleres, além de povoar espaços que se não utilizados serão tomados por bandidos e traficantes, que já fazem o que querem mas são intimidados com a grande movimentação. Criamos empresas para cumprir as questões legais, pagamos impostos, geramos empregos, estudamos, pagamos o registro profissional e quanto utilizamos esses espaços, deixamos em melhores condições do que quando chegamos, pois juntamos o lixo alheio...
Mas então vamos ver pelo outro lado, regulamentar, criar regras, controlar... Tudo pode e deve ser feito, mas com limites, sem interfirir no direito de ir e vir, o local continua sendo público. Mas somos a favor, não podemos estacionar um carro de som para ficar com um microfone incentivando ou corrigindo nossos alunos. Até ai tudo bem, mas sempre tem uma contra-partida, parece que não basta pagarmos tudo aquilo, ainda querem nos tirar mais e mais, de todos os lados. Trabalhamos meses só para pagar impostos e agora trabalharemos outros meses para conservar algo que deveria estar conservado, ou consertar algo que não estragamos. Convenhamos!!!
É triste, muito triste, mas esse tipo de acontecimento cada vez mais nos faz desacreditar na "ORDEM E PROGRESSO"...
Quanto ao fato do Parque ter diversas atividades gratuítas, nem questinamos, pois realmente é de grande valia, mas se o SUS fosse tão bom assim não existiriam Planos de Saúde, e é aí que nos encaixamos. Jamais incentivarei meu aluno a tomar água dos bebedouros do parque, não pela qualidade da água, mas pela conservação dos mesmos, mas não acho que eu tenha que pagar essa conta 2x.
Para complementar, foi dessa maneira que nos tiraram do CETE, criaram regras e imporam sua força. Hoje 80% da pista é utilizada para caminhadas, um pista de nível internacional, especial para prática de atletismo (corrida), está sub-utilizada.
Já a pista de atletismo do Parque Marinha do Brasil está fechada pois a grama do campo de futebol recebe tratamento especial após ser transferida do campo suplementar do Estádio Olímpico. Enquanto isso a promessa de uma pista emborrachada segue só em nossos sonhos, ou será que vão gastar outros milhões e proibir de usar?!?!
Aproveito para convocá-los a participar da reunião que acontecerá na sexta feira as 10hs da manhã na administração do Ramiro Souto, em frente a pista de atletismo.
Forte abraços a todos.
JUNTOS SOMOS WINNERS!!
Rita Abero - RA Runners

Acho um absurdo essa medida, pois sou uma empresa pagante de impostos. Assim como o pipoqueiro da redenção que visa fins lucrativos dentro do parque, também tenho direito de gerir minha empresa dentro do parque. Empresa que paga impostos.
É um total desestímulo à prática esportiva e a liberdade de o aluno escolher com quem quer treinar (já que eles alegam que o parque oferece profissionais capacitados).
Flanelinhas credenciadora podem atuar livremente na redenção e nós não!?
Cleimar Rodrigo Tomazelli - Cia dos Cavalos

Isso não existe, eles querem nos proibir de trabalhar e impedir que a população escolha com quem vai treinar. Já temos um advogado a frente disso e ele afirmou que eles não podem proibir que usemos o espaço público para trabalhar.
Pagamos impostos como todo mundo e não usamos para ganhar dinheiro. Promovemos saúde e pagamos sobre isso, pagamos sobre cada aluno que temos, não recebemos sem dar nada para ninguém, muito pelo contrário.
Isso é muito errado, se não for feito nada vamos recorrer a Justiça. Esperamos resolver a situação na reunião de sexta-feira. Está claro que eles querem mais arrecadação.
Luzia Pinto- Picarelli Assessoria Esportiva

Ainda perplexa com a notícia da proibição do uso da pista de atletismo Ramito Souto no parque da Redenção. Estamos abrindo uma nova assessoria esportiva que iniciará as atividades em janeiro de 2016 e um dos locais de treino é ou era o parque. Já ministrávamos aulas em outras assessorias neste parque que está entregue a marginalidade, imaginem agora sem as atividades físicas o que será dele?!?


























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