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NUTRI ADRI - CORRIDA NA GRAVIDEZ

  • Adriane Rodriguez e Victor Perkov
  • 3 de dez. de 2015
  • 3 min de leitura


Já participo de provas de rua há muitos anos, nem sei ao certo quantos, talvez uns 8 anos. Sempre tive espirito competitivo daqueles de ficar intrigada quando os tempos de prova não baixavam, sendo que eu sempre me dediquei aos treinos e cumpri minhas planilhas a risca. Corri muitas provas de 5km e 10km, tantas que tenho algumas centenas de medalhas de participação, ainda guardadas mas também já consegui colocações que me concederam troféu em categoria por faixa etária e em equipes de revezamento. E a cada prova eu me motivava ainda mais a manter o pique dos treinos, musculação, boa alimentação e uma dose de descanso, na medida do possível, já que levo uma vida bem apertada, conciliando o consultório, com os treinos, tarefas de casa e outros compromissos acadêmicos.


Neste ano de 2015, descobri uma gravidez, com já quase 2 meses de andamento, como já é de conhecimento geral, o primeiro trimestre é crucial para o embrião fixar-se, formar seus órgãos e aprimorar seu Sistema nervoso central, corri um volume de aproximadamente 70km, incluindo uma prova de 5km, em alta intensidade. Atualmente estou completando 5 meses de gestação. Não parei de treinar, desde que descobri, tanto musculação quanto o meu esporte favorito, a corrida. A orientação que recebi do meu esposo e também personal trainer, foi de que deveria continuar minhas atividades sem prejuízo ao meu bem estar e isso refletiu na continuidade dos meus treinos, porém, considerando minha percepção de esforço.


As atividades físicas que desenvolvo diariamente me trazem mais conforto e bem estar, há uma melhora na disposição, me sinto motivada e feliz. Participei da última prova Poa Day Run, onde percorri 3km, alternando caminhadas e corridas, respeitando a minha sensação de esforço e de cansaço e o mais divertido foi “notar” todos que passavam por mim, já que em provas normais, visando um bom tempo, eu jamais conseguia perceber as outras pessoas. Tomei água, caminhei, conversei, foi a maior diversão. Diferente do que eu sempre busquei, corri por bem estar, apenas para me manter ativa e participar do momento mais divertido, a chegada!!



Segundo estudos longitudinais¹ (que tem sido realizado há 10 anos) que investigam os efeitos do exercício sobre a gravidez, o feto e a gestante, em uma gravidez normal e saudável, “não existem resultados de efeitos negativos do treinamento aeróbio de intensidade moderada sobre o desenvolvimento do feto ou o resultado da gravidez. Na verdade, parece que os benefícios do exercício durante a gravidez compensam claramente os riscos potenciais. Tampouco foram encontrados associação entre este tipo de exercício e risco de, malformações aborto congênitas, gravidez ectópica, ruptura de membranas, insuficiência placentária, crescimento intra-uterino retardado, ou mortes fetais inexplicáveis”.


Ainda sobre o treinamento, em especial o de resistência², há um benefício no que confere ao fortalecimento muscular, pois auxilia as mulheres grávidas a tolerar mais a alteração do peso corporal e mudanças do centro de gravidade, reduzindo desconforto lombar.

Meus treinos atualmente permanecem na mesma frequência e formato que eu já praticava (intervalados) porém foi adaptado para minha percepção de esforço. “Obedeço o que meu corpo fala, se me sinto bem, corro mais tempo, se estou cansada, reduzo o volume e intercalo com caminhadas”.



No geral tenho conseguido correr 3x/ semana e um volume de 3km por treino, juntamente com os treinos de resistência muscular, que são diários. Lembrando que, obviamente, devemos respeitar a individualidade de cada caso, mas meu conselho é de que não deve-se interromper algo que estava trazendo benefícios físicos e psicológicos, acreditando que será o melhor a fazer. Não há estudos que mostram que a atividade fisica, seja ela corrida, musculação, funcional ou qualquer tipo de treinamento resistido irá prejudicar o desenvolvimento fetal. O mais indicado é justamente continuar o que estava fazendo, gravidez não é doença ou qualquer tipo de anormalidade física.


A minha bebê, Joana, cresce saudável, sem nenhum prejuízo ao desenvolvimento, tampouco os anexos embrionários, sofrem ou sofrerão qualquer tipo de alteração com o exercício, pois ele só traz benefícios.


1- Sports Medicine Australia. SMA statement: the benefits and risks of exercise during pregnancy. J Sci Med Sport. 2002;5:11-19.

2- Kely Evenson, et al. Guidelines for Physical Activity During Pregnancy: Comparisons From Around the World. Am. Journal of Lifestyle Medicine, 2013.

Adriane Rodriguez é nutricionista esportiva e clínica, corredora com experiência em provas de montanha e colunista parceira do CORRER É FÁCIL.

Acesse nossa guia de PARCEIROS e saiba mais.


 
 
 

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