RETROSPECTIVA 2015 - MAURÍCIO PINZKOSKI

Quando fui pego de surpresa, convidado pelo Fred do site Corre é Fácil, para fazer uma análise do meu ano, comecei a relembrar cada sangue, suor e lágrimas. Vou escrever sobre minhas superações, decepções e vitórias. Mas – antes – gostaria de relembrar alguns momentos que me trouxeram até aqui.

Comecei a correr em agosto de 2012. Corria 1 e caminhava 2min e fui alternando. Motivado pelo resultado de uma prova noturna de pista, promovida pela Associação dos Veteranos do Atletismo Gaúcho – AVEGA, continuei.

Em 2013, março - depois da morte do meu pai - encontrei na corrida uma forma de aliviar minha dor e fugir da depressão. Não foi fácil, como continua não sendo, mas passei a treinar com obstinação e entrei para o grupo da treinadora, idem falecida, Miriam Caldasso. Foi uma ano espetacular. Com o apoio do Instituto Educacional do Rio Grande do Sul – IERGS, participei do Campeonato Gaúcho de Atletismo Máster e, mesmo com pouco treino, fui campeão gaúcho.

No mês seguinte encarei o Campeonato Mundial de Atletismo Master. Claro, sabia que não tinha chance alguma, mas a competição aconteceria no quintal da minha casa então porque não? Encarei 5 000m rasos e fiquei em último. Fui para 25 volta na pista, 10 000m, e igualmente em último (levando várias voltas, hehehe), mas na prova cross country fiquei em penúltimo. Sim, penúltimo e isso contribuiu para a equipe brasileira levar o bronze. Um ponto e o Brasil foi bronze, por equipe, na competição. Ainda conquistei o vice-campeonato da corrida da Sogipa e fui agraciado com Atleta Destaque Miriam Caldasso. Para fechar o ano fiz uma cirurgia de hérnia de umbigo, uns dias parados e voltei.

Em 2014, após competir na Travessia Torres Tramandaí com uma broncopneumonia, fui aceito na Sogipa e passei a treinar com o melhor coach do Brasil, Leonardo Ribas da Sogipa/PerCorrer. Com ele, e sua equipe, fui bi-campeão gaúcho de atletismo máster, campeão da corrida da Sogipa, campeão da Run Super Track e campeão Brasileiro de Atletismo Máster. Para fechar o ano, mais uma cirurgia. Dessa vez para respirar melhor operei o nariz. O ano de 2014 também ficou marcado pela descoberta da asma que, segundo minha pneumologista, foi causada por treinos na chuva. Além disso sofri uma acidente, participando de uma prova de aventura, torcendo o tornozelo. Resultado, um mês afastados dos treinos. Fui nadar.

Agora, em 2015, os desafios somaram de forma pesada, difícil, quase desanimadora e ao mesmo tempo estimulante. Com o apoio da equipe da PerCorrer e da Denise Entrudo Nutrição Esportiva participei da minha primeira maratona e, atingi os objetivos: fiz 3:28min e não me lesionei durante os treinos. Em agosto conquistei o maior e mais incrível troféu, nasceu minha filha Beatriz Hart Pinzkoski. Tudo lindo e mágico, mas ir para pista dormindo 2 a 3h por noite e “querer o mesmo rendimento”, impossível! Mesmo assim - com trabalho novo e filha - foi o melhor de todos os ano em termos de conquistas de tempos. Bati meus recordes nos 3 000, 5 000, 8 000, 10 000, meia maratona e a estreia na maratona como mencionei antes.

Antes de fechar o ano de 2015, e agradecendo as conquistas, participei do I Desafio Solidário de Natal (correr 24h sem parar para arrecadar donativos – ideia dos ultramaratonistas Felipe Eifert, Luciano D'Arriaga, Felipe Camargo de Camargo) e o Desafio da Esteira (Magda Chagas/Cia Athletica) com o mesmo propósito.

Tenho que reforçar que, nesse tempo de corrida, conheci muitas pessoas especiais. Sim. Muitas! Em 2015, então, foram incontéveis. Não vou citar nomes para não parecer injusto na falta de alguém, mas entre essas pessoas especiais os integrantes do grupo Glória UltraRunning, sem dúvida, tem destaque.

Para 2016 as provas serão ainda mais difíceis. Entrarei na categoria de 40 a 45 anos. Mas, vamos ver o que as pistas e ruas me reservam.

Ótimo 2016 para todos e fica a dica: mais amor e mais amigos.