RETROSPECTIVA 2015 - JULIANO MACHADO
- Juliano Machado
- 24 de dez. de 2015
- 9 min de leitura
Meu ano de 2015 nas corridas começou ainda em dezembro de 2014 quando depois do convite de uma amiga para o Mountain Do da Praia do Rosa decidi voltar a correr, pois no segundo semestre de 2014 tinha feito somente a Corrida do Grêmio, e já que ia voltar decidi treinar para essa prova e passar dos 10k para os 21k , a prova seria em 28/03/2015.
Porém, para que eu obtivesse esta evolução em apenas 2 meses e alguns dias eu precisaria de acompanhamento de um profissional de educação física que me treinasse e me orientasse de forma com que eu fizesse pela primeira vez uma prova de 21 km e como a prova não seria em terreno plano a preparação deveria ser mais específica, pois até então eu só havia feito provas em terreno plano e de asfalto. Já que havia decidido que iria voltar a correr, nada melhor que começar o ano correndo, fiz então 5 km dia 01/ 01/2015 ao anoitecer sob chuva, do jeito que eu gosto.

Pesquisei entre quase todas as assessorias esportivas de corrida de Porto Alegre e optei pela Cia dos Cavalos, todas que conversei me deram total atenção e foi difícil escolher, porém, com quem mais me identifiquei foi com o Gabriel Picarelli da Cia dos Cavalos. No dia 07/01/2015, na ESEF, realizei o teste de 3k para avaliação da minha condição física e a partir daí fosse montado meus treinos semanais de acordo com minha necessidade, fiz os 3k pra 13’02’’.
A partir daí comecei receber semanalmente as planilhas de treinamento, achava um máximo ir pro treino todos os dias sabendo que teria que dar tantos tiros na pista em determinado tempo, eu sempre tentava fazer o tempo abaixo do que era prescrito, nem sempre dava, mas sempre eu tentava. Durante a semana depois do horário de trabalho fazia meus treinos na pista da ESEF e final de semana na rua, no dia 17/01/15 me desloquei de Alvorada até a zona Sul de Porto Alegre para fazer um treino no Morro Osso com o Cleimar, também treinador da Cia dos cavalos, por mais que o clima estivesse ótimo pra correr com uma leve chuva, eu , pela primeira vez pensei que fosse desmaiar. Também! Tentei acompanhar o Cleimar. Ele disse que estava gripado e não ia puxar muito, mas o leve dele foi pesadíssimo pra mim.kkk

No domingo dia 24/01/2015, na praia de Mariluz, pensei que eu já poderia fazer uns 15 km, e fiz pra 01:23:59, não deveria, mas fiz. No mesmo dia surgiu a dor no joelho que persistiu por alguns dias fazendo com que procurasse um médico e passasse por seções de fisioterapia ate melhorar. Um mês depois, já quase totalmente recuperado, chegou o dia da minha primeira prova com a camisa da Cia dos Cavalos, a pressão que eu mesmo colocava sobre mim era grande, Summer Night Run de Capão da Canoa, 5k pra 19’06’’, o tempo não foi ruim pra um mês e pouco de treino, mas o melhor foi passar a linha de chegada e não estar tão ofegante como era antes quando eu treinava sozinho. Nesta mesma ocasião recebi do Picarelli o tênis que ele havia sorteado pelo Facebook e eu ganhei.
Como o Mountain Do da Praia do Rosa os 21 km seriam em morro, eu precisava treinar em terrenos semelhantes, então, dia 07/03 fui até a casa do Picarelli e de lá junto com o Felipe Aranha e o André Batista partimos para o Morro da Tapera, fizemos um treino leve, mas o mais valeu foi conhecer e aprender muito com a parceria e humildade desses caras, os quais tenho muito respeito e admiração.
Os treinos seguiam sendo realizado como mandava a planilha e cada dia estava mais perto dos tão esperados 21 km, um final de semana antes do Mountain Do participei da Volta do Lago Negro em Gramado fazendo pela primeira vez 15 km, terminei a prova com 1 hora e 9 minutos, fiquei bem feliz com o desempenho.

Chegou a hora de partir para Santa Catarina, viajar pela primeira vez de avião e correr a tão esperada prova. Sexta-feira, 27/03/15 embarcamos eu e um amigo que também iria correr, fomos recepcionado pela minha prima Thais que eu não a via a uns 15 anos, fomos muito bem recebidos pela família e ficamos na casa dela que nos deu todo o suporte, inclusive nos levou até a praia do Rosa e esperou junto com sua filha Juliana até o anoitecer quando a prova acabou.
A largada dos 21k foi as 14:00 horas, chovia e um ventinho frio nos provocava arrepios, encontrei o Felipe Aranha, Christiano Wide, André Batista, Bruno Maciel e outros amigos corredores de Porto Alegre que também estavam lá prontos pra encarar aqueles morros. Larguei sem afobação, não larguei forte, me mantive concentrado e sempre pensando que teria vários km pela frente e que se eu me matasse no começo depois iria quebrar e a ideia era fazer todo percurso sem caminhar, correr nem que fosse um trote leve mas nunca caminhar.

A vontade de aumentar a velocidade e passar outros corredores era constante, mas eu precisava ter cautela, afinal nunca na minha vida tinha feito 21 km, nem em treino nem em prova, mas o cenário maravilhoso e o clima perfeito ( uma leve chuva)serviram de combustível para que eu baixasse o pace e corresse melhor ultrapassando aqueles que não estavam com pressa. Nas subidas mais íngremes não teve como correr e então aquela caminhadinha foi o que restou, mas assim que dava pra voltar a correr eu tentava.
Pela primeira vez vou contar uma coisa que poucos sabem que aconteceu comigo nessa prova, lá pelo km 17, devido estar correndo já a mais de 1 hora e ter ingerido bastante agua, isotônico e géis de carboidrato o iniciante aqui teve aquela dorzinha de barriga que o obrigou a “ir ao mato”, entendedores entenderão.kkkk. Pois é, como os da frente eu nunca mais enxerguei e os de trás não me viam, aproveitei a oportunidade e... Depois desse dia sempre coloco sempre na mochila de hidratação aquele rolinho de papel higiênico.
Do Km 19 em diante a coisa começo a ficar feia, com as penas pesadas e a musculatura quase tendo câimbras, dores e cansaço pegando e eu não querendo perder a posição que eu estava tentava ao máximo manter o ritmo. Como os 2 quilômetros finais era em estrada chão conforme passávamos pelas casas os moradores gritavam e batiam palmas incentivando os corredores, com esse apoio a seguíamos firme, se encaminhando pro final da prova, fechei com 1hora e 52 minutos, 26 geral 13 na categoria 20/29 anos. Voltei pra casa feliz da vida pela prova, pela viagem, por ter reencontrado pessoas que adoro e por tudo que esta experiência me proporcionou.

Depois de alcançar o objetivo pelo qual comecei treinar a ideia agora era experimentar um pouco de tudo nas corridas, distancias e altimetrias variadas para ver com qual estilo eu melhor me adaptaria e qual eu iria gostar mais. Com aquela empolgação e afobação de iniciante eu cheguei participar de 2 provas no mesmo final de semana e me inscrevia em todas as provas que eu tivesse grana pra pagar. Participei de provas desde 400 metros 21 km obtendo os mais variados resultados, sempre na busca pelo melhor resultado possível dentro das minhas possibilidade alterava minhas metas à medida que alcançava-as, a cada prova eu queria baixar nem que fosse em 1 segundo e quase sempre conseguia graças aos treinos que eu seguia rigorosamente como meu treinador mandava.
Minhas melhores marcas no asfalto foram 17’33’’ nos 5 km, 38’58’’ nos 10 km e 1 hora e 30 minutos na meia maratona (21km) e nos morros Alcancei 1 hora e 48 minutos nos 21 km. Nunca treinei especificamente para uma determinada distancia, queria mesmo era divertir me desafiar. Depois que comecei treinar na Cia dos Cavalos não foi só o numero de amigos no Facebook que aumentou, conheci muita gente nova, lugares novos e me conheci melhor também, fiquei mais conhecido e hoje tenho a oportunidade de através da corrida mostrar um pouco mais do que eu sou, da forma que acredito que seja mais correta de levar a vida e do que somos capazes de fazer se acreditarmos que podemos, pois não é fácil morar sozinho, trabalhar 8 horas por dia, estudar de noite e “ter tempo “ para fazer o a gente gosta e o que nos faz bem.

Como tudo que começa um dia acaba, por razões financeiras, o fechamento do primeiro semestre de 2015 coincidiu com a minha saída da Cia dos Cavalos, junto com a minha saída ficaram os bons resultados, o bom desempenho e a competitividade, mas o que sempre continua comigo independente de onde eu estiver e como estiver será o amor pelo esporte e pela corrida. O segundo semestre seria de menos provas, mas com distancias maiores e sem muita preocupação com o tempo.
Como acabei conhecendo muita gente do mundo corrida ouvia falar sobre as provas da TRC ( provas de montanha ), diziam que eram provas difíceis percursos desafiadores mas em locais de beleza natural admirável, e então meu interesse em conhecer surgiu. Um dia ao acaso mandei mensagem pro Aranha pedindo que ele me avisasse mais pro final do ano com antecedência quando teria uma prova da TRC que eu ia me organizar pra poder ir, coincidentemente ele já estava inscrito para uma prova de 15 km com cerca de 1000 m de altimetria que seria realizada a menos de um mês, já estava tudo acertado e me convidou, uma prova dessas era tudo o que eu precisava para começar na montanha, juntei as moedas, comprei a passagem e fui com ele. A prova, Troféu Marumbi ,foi realizada em Morretes – PR. Foi inesquecível a minha estreia , fechei com a posição de 18 geral e 3 na categoria 20/29 anos, voltei pra casa muito agradecido e com uma medalha na minha primeira prova da respeitada TRC.

O objeto do semestre da faculdade é conciliar tudo, aulas, trabalho, treinos, provas e tudo mais, porém de ultima hora numa quinta-feira la pela meia-noite surge um concite para participar do Mountain Do da Lagoa da Conceição, prova de 65 km de revezamento, o convite veio por intermédio do Aranha e eu faria parte da equipe do Correr é Fácil do nosso amigo Frederico Vilhar, meu chefe no trabalho flexibilizou a minha saída e na sexta-feira depois do meio-dia, de carona com o Juliano Maciel da Assessoria Winners partimos para Florianópolis. Mesmo depois da partida eu nem acreditava que estaria indo, pois a prova é umas das mais belas do Circuito Mountain Do, e eu estaria lá, estava achando o máximo e me sentindo honrado pelo convite, o que eu poderia fazer para recompensar seria correr bem. Mesmo a gente tendo ido com intenção de buscar pódio chegamos em 6 colocado entreo todos os quartetos mistos. Foi um final de semana incrível, graças a corrida e as parcerias que ela me proporciona.
A montanha e as provas de trail me conquistaram e eu não pretendia mais voltar pro asfalto, mas antes de migrar pro mato eu queria fazer meia maratona (21 km) no asfalta pra ter uma referência de tempo, de dupla com a querida Luzia Pinto participamos da Maratona noturna de Porto Alegre , corremos bem, mas não conseguimos pódio, acredito que houve equívoco da organização nos resultados, mas isso não vem ao caso agora, o “ganhei” mesmo nessa prova foi uma lesão no joelho esquerdo que mais adiante iria me impossibilitar de treinar para a minha segunda prova da TRC, que seria em novembro.

Depois de duas semanas parado voltei correr em dois eventos do grupo Corrida de Sexta de Sapiranga, uma galera muito gente boa que se reúne para compartilhar a alegria e o desafio que é correr no mato, na trilha, no morro eu não poderia ficar de fora só que nessas duas brincadeiras foram 33 km pra conta, fora os outros treinos que eu fiz na rua em Poa, a lesão se gravou e depois de consultar com médico e fazer ressonância a orientação foi parar por no mínimo 1 mês e meio, só que faltava menos de 20 dias para o Trail dos Ambrósios (TRC).
Parei por estes 20 dias e fui pro Paraná correr os 25 km com 2000 metros de altimetria, eu sabia que o joelho só começava doer depois dos 10 km, então aproveitei e larguei forte, ate o km 10 eu esava entre os 8 primeiros, porém daí em diante as câimbras e a dor no joelho me castigaram me fazendo sofrer muito para completar a prova, ainda com todos os contratempos cheguei em 15 geral e 4 na categoria, perdi pódio por 1 posição, mas valeu as experiência e o aprendizado.

Agora sim eu respeitaria o pedido do médico que é ficar sem correr pelo tempo estabelecido anteriormente, mas, com não costumo recusar convites, aceitei o convite do amigo Vagner Cardoso para participar da Corrida e Caminhada Pelo Sorriso de uma Criança, em Alvorada, uma ação beneficente para arrecadar brinquedos para crianças carentes. Corri e fiquei em terceiro colocado na classificação geral, encerrando então o ano nas corridas com um bom resultado.
O reforço muscular este em andamento e 2016 promete menos provas e mais treinos e preparação para desafios maiores, a não ser que eu mude de ideai...kkk
O objetivo para o próximo semestre, próximo ano e para a vida será sempre conciliar tudo...
Deixo meu muito obrigado a todos que fizeram parte do meu 2015 nas corridas.
Muito Obrigado Correr é Fácil pela oportunidade!
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