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ESPECIAL TTT 2016 - LUCINARA GUERREIRO

  • Lucinara Guerreiro
  • 8 de fev. de 2016
  • 3 min de leitura

De repente me tornei experiente. Antes mesmo da prova Travessia Torres Tramandaí, ficava impressionada com o número de atletas que me procuravam para pedir dicas sobre uma das Ultramaratonas mais difíceis do Brasil. Me sentia lisonjeada, mas ao mesmo tempo causava uma preocupação imensa, por que qualquer coisa que eu dissesse poderia comprometer o desempenho dos meus colegas, visto que, não me achava tão experiente assim, afinal, seria a minha segunda edição solo.

Chegou o dia, 30/02/2016, o dia da largada. Estava insegura, não sabia como seria o meu desempenho, pois antes dela, exatamente uma semana antes, tive a difícil missão de pacer de uma atleta de Curitiba, na BR 135 +, a maior ultramaratona do Brasil, pelo Caminho da Fé, entre São Paulo e o Sul de Minas, pelas montanhas. Ali foram 91 km de trabalho no auxílio de uma Atleta a alcançar o seu objetivo, completar 217 km de montanha em 45:10 h.



Meu treinador Eduardo Campelo me passou todas as dicas, confiou em mim, mas mesmo assim fiz tudo do meu jeitinho, para me sentir mais segura. Acabei levando quase 3 kilos na mochila, que só me perturbaram até o final do segundo do trecho da prova. Larguei com os meus amigos Glorianos - Gloria Ultra Runners, todos homens, e cheios de energia para fazer uma prova de excelência, e eu só queria terminar, esse era o meu objetivo.


À medida que o tempo passava, me sentia melhor, rodei num pace de 5:45 por 20 km, e, de repente, me vi cansada pelo peso da mochila e pelos 91km realizados há uma semana. Foi aí que a cabeça começou a funcionar, já no km 20, nem 1/3 da prova. Sentei o pé e comecei a realizar a minha prova, e fui aí que percebi que sou experiente. Encontrei o meu treinador e os colegas da Veloz Assessoria Esportiva, deixei todas as tralhas da mochila com eles e resolvi também confiar em mim. A partir deste momento era eu e eu, para chegar até o fim.


Me fortaleci, comecei a manter um pace maior, mas constante, regulei o cardio, as pernas, a hidratação, e tudo foi indo para os eixos. O alto astral do verão, com calor, solaço e pouco vento, assim como a energia dos veranistas, iam me levando para a frente, e fui indo, com a certeza que iria terminar, e esse era o meu objetivo. Eu estava esperando pela minha "coelha" no km 57.


Cheguei na Plataforma de Atlântida sorrindo, cansada, mas sorrindo. Me alimentei, hidratei, passei a mochila para a Mariana, e seguimos pelos 23 km restantes; o apoio perfeito. Manteve a minha hidratação, assim como trabalhou o meu psicológico para não deixar o ritmo cair, pois quem fez essa prova sabe, que ela começa ali, quando a cabeça começa a pesar. Ela sabia que eu não desistiria, mas que eu tinha a intenção de baixar o meu tempo do ano passado é assim ela focou, e foi muito feliz. Enfim, baixei em quase uma hora o meu tempo, e acabei por chegar em 6• lugar master, como prêmio, visto que eu só queria terminar.



Conclui bem, fiquei muito bem no outro dia, e tenho a certeza que vou repetir outras vezes a TTT. Essa é uma prova que jamais podemos subestimar, ela nos leva ao nosso limite, por toda a plenitude de seu contexto climático e continuidade do terreno. Enfim, tudo que vivi me deu a resposta que de sou experiente e que posso sim confiar no meu potencial, não para competir com os outros, visto que a ultra é o meu hobby, mas para me lançar desafios maiores.


A longa distância me encanta, simplesmente por que me mostra o tamanho da minha força, simples assim. A cada desafio que completo sinto que posso ser melhor, como atleta e como pessoa. Então, que venham as próximas.

ASSISTA A REPORTAGEM SOBRE A TTT 2016



 
 
 

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