CORRE MONTEVIDEO - FRED JUBATUS
- Fred Jubatus
- 15 de mar. de 2016
- 2 min de leitura
Corré Montevideo, no Uruguai, dia 12 de março. Prova na qual uma situação ruim e estranha vivenciei. Um pouco chocante, mas não me abalei e corri bem, com a atitude certa. Quando a Rita Abero, treinadora da R.A. Runners divulgou a prova, eu pensei seriamente em ir mas, por não ter dinheiro, estava desistindo. Até que um dos meus colegas conseguiu que eu, no lugar de sua esposa a qual não poderia ir mais a competição, fosse.

Senti me motivado a preparação para dar o melhor possível na condição de recém voltar a treinar intensamente. Durante a viagem, Castilhos, o corredor que me ajudou a ir para a prova, contou algumas histórias de pilotos da Fórmula 1. As rivalidades entre eles, a brigas nas disputas, as habilidades de cada um. Deixou-me preparado mentalmente para o que estava a acontecer na prova, sem eu imaginar. Dada a largada, saí nas primeiras fileiras, decidido a realizar uma ótima prova de 10Km.
O vento estava forte e contra, fazia muita força para manter 3:40/Km, mas a novidade foi os competidores chegarem em mim, logo que fechou o primeiro quilometro, e acertarem com o cotovelo. No início pensei que queriam ultrapassar e que tinha sido sem querer, mas vi que continuavam do meu lado e fazendo me sair da minha “raia”. Então, entendi a maldade e não dei mais espaço, e devolvia a cotovelada. Depois vi que eram da rústica de 5Km e que retornaram antes no trajeto.

Depois de uma subida na segunda metade da prova, um homem passou por mim me acertando e em seguida uma mulher me ultrapassou e ficou na minha frente. Ambos me bloqueavam e faziam o ritmo cair. Eu queria correr mais forte, e passei entre eles e aumentei a velocidade. E eles gritaram “no empure”.
Depois mais um bateu em mim, mas em seguida desacelerou e ficou para trás. Depois dessas três vezes, eu pensava no porquê. “Será que não queriam competidor brasileiro indo bem?”; “Será que no Uruguai correm assim todos os competidores?”. “Se eu for chegar mais longe na corrida, isso será mais freqüente em competições?”.

Eu nem estava correndo tão bem a ponto de conseguir pódio geral (para os três primeiros colocados). Estava a 300m atrás do pelotão dos cinco primeiros. Ano passado vivenciei uma situação parecida, de um competidor que batia o pé dele no meu calcanhar, numa prova de pista, 5000m, e que no final me venceu por um nariz de distância. Reclamei a arbitragem, o competidor disse que me bateu, mas eles não tiveram coragem de fazer o certo.
Fiquei muito chateado, queria esquecer que corri aqueles 5000m. Aquilo foi um teste e eu não tinha passado. Porém, não poderia esquecer enquanto não aprendesse a correr pelo meu direito de vencer. O meu Corre Montevideo foi novamente uma provação onde deveria mostrar que corro e luto também, para mostrar do que sou capaz.

Terminei a prova em oitavo lugar geral, terceiro na categoria e primeiro brasileiro. Tempo longe do meu recorde, sem saber o porquê desses competidores fazerem aquilo, mas eu passei no teste (diferente do ano passado).
Comments