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DOIS MESES PARA O IRONMAN BRASIL - WALTER TLAIJA

  • Walter Tlaija
  • 31 de mar. de 2016
  • 3 min de leitura

Faltam dois meses para o Ironman Brasil e minha cabeça já está voltada para a prova. O volume dos treinos está começando a aumentar, o cansaço vai aparecendo, os cuidados com a alimentação, com o descanso, com a recuperação tem de ser redobrados. Meus objetivos para o dia 29 de maio são bem claros: completar a prova em menos de 9 horas e conseguir um lugar no pódio da categoria 30-34 anos. Tarefas nada fáceis!

Carrego comigo, há quase um ano, uma lesão bastante chata no calcâneo. Por vezes incomoda muito, por vezes dá uma aliviada sutil, mas sempre atrapalha os treinos de corrida. Por conta disso e infelizmente, não tenho corrido como gostaria e nem como deveria. Fazer a maratona do Ironman em 3h05min, como é minha ideia, estando lesionado e sem treinar bem...muito difícil! Pensando disso, eu e minha treinadora, Verônica Bardini, com o auxílio da minha fisioterapeuta, Luciana Fioravanti, decidimos reduzir a intensidade e o volume da corrida, priorizando o ganho aeróbico e tentando diminuir a dor e o desconforto. Vamos ver no que dá. Em contrapartida, aumentamos o tempo semanal sobre a bicicleta, adicionando uma sessão às quatro habituais, e inserimos treinos com muita carga, com séries absolutamente fortes e difíceis. Meu ciclismo melhorou significativamente. Na natação, da mesma forma, estou fazendo maiores volumes e com bastante intensidade, quase sempre nadando com a equipe master do GNU, e tenho notado claramente a evolução. Existem duas formas de se completar um Ironman em menos de 9 horas: uma - a mais comum - é sendo um atleta equilibrado, bom nas três modalidades, começando a prova já com uma boa natação (50 a 55min), e mantendo a qualidade e a consistência até o fim. A outra, muitíssimo rara, é fazendo uma natação ruim (mais de 1h). Por esse caminho, o atleta, que sai da água bem atrás dos demais e sem mais tempo nenhum a perder, tem de fazer um ciclismo de recuperação e uma corrida muito forte.



Nas últimas 7 edições do IM Brasil, houve apenas três casos de atletas que completaram a natação em mais de 1h e mesmo assim fecharam a prova em menos de 9h: em 2015, Ariane Monticeli venceu a prova com 8:59:08 e parciais de 1:00:18, 4:57:58 e 2:56:28 (mais transições). Em 2014, Alex Gajardo marcou 8:52:43, com parciais de 1:00:23, 4:44:09 e 3:01:41 (mais transições), e James Brown, atleta profissional, fechou em 8:55:42, com parciais de 1:02:06, 4:43:01 e 3:05:18 (mais transições). Nos dois Ironmans que fiz até hoje - Florianópolis e Hawai, ambos ano passado - nadei em 1h04min e 1h07min, respectivamente. Das duas maneiras de se atingir o sub9, a segunda tem mais a ver comigo. Não sou um bom nadador mas costumo ir crescendo na prova, ganhando confiança e conquistando posições. Sei que não sairei da água com menos de 58min, e sei também que, para conseguir correr a maratona em 3 horas e pouco, sem treinar direito e lesionado, só se eu estiver em um dia muito especial, mesmo. Assim, já que me dei essa missão duríssima de baixar das 9 horas, preciso melhorar minha natação e meu ciclismo o máximo que der nesses dois meses, e, lá na hora da verdade, usar a cabeça e suportar a dor ao longo dos 42km. O mínimo que eu posso fazer é tentar, tentar com todas as minhas forças, e lembrando sempre que "a sorte acompanha os audazes!"



Walter Tlaija é triatleta, gaúcho, e participou do Mundial Iron Man 2015 em Kona, no Havaí. Colunista do CORRER É FÁCIL, ele escreve sobre os seus treinos e preparação para seus desafios. Em 2016, Tlaija vai disputar o Mundial de Half Iron, na Austrália.



 
 
 

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