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ANOMATI TRILHOS TUPANCY - MAURÍCIO PINZKOSKI

  • Maurício Pinzkoski
  • 24 de abr. de 2016
  • 3 min de leitura

Que correr é bom, todo mundo sabe. Mas participar de uma competição fora do “ambiente comum” subindo dunas à beira mar, passando por áreas alagadas, mata fechada e grandes (e altas) dunas, aí o cenário é diferente de todo que os rustiqueiros estão acostumados.


Assim foi a segunda etapa da Anomati – Trilhos Tupancy promovida pela Maria Vargas e sua equipe (a mesma organizadora da Cassino Ultra Race - 230Km de Rio Grande) que largou às 13hs, neste sábado, dia 24, em Arroio do Sal. Minha participação representou a equipe Sogipa/Percorrer.


Na prova de 24Km, mais de 30 participantes – entre homens e mulheres – de diferentes cidades gaúchas, buscaram o cocar. Na prova de 12Km exatamente 18 pessoas competiram.


Ansiedade à parte, a largada já foi um grande desafio. Quase 3Km subindo e descendo pequenas dunas paralelas ao mar. Mas as imensas diferenças entre asfalto e trail ainda estavam por vir ao enfrentamento dos “indígenas corredores”.

Seguindo as bandeiras, sempre à sua direita, o caminho entrava no parque Tupancy que já foi habitado por índios do nosso litoral. Um cocar na cabeça, com várias penas, cada um com seu significado, representa bravura e coragem daqueles que se propõem a enfrentar desafios e a vencê-los. Anomati é isso. É aventura, é emoção, é companheirismo é respeito total a natureza. Mas vamos ao relato. Pouco antes de entrar no parque, Km 12, eu ainda estava no pelotão dos três primeiros dos 24Km. O ritmo forte e acelerado dos líderes, pouco a pouco, foi ainda mais sendo ampliado. Subidas no pace de 4:30, ou – no máximo – 5, mostrava que mesmo se divertindo ninguém estava brincando. Quilômetro a quilômetro e a solidão começava a dominar o evento. Sim, fiquei solito (como se diz no bom gauchês), mas convicto de que se eu me propus a receber um Anomati eu iria até o fim. E essa luta psicológica foi meu maior desafio. No quilômetro 18 já estava exausto, completamente sozinho e, por vezes, desorientado. Segui em frente, peguei o trecho de alfalto que eu acreditada que poderia acelerar. Engano dos maiores. No quilômetro 20 já não tinha mais energia para baixar o pace de 5:30 para 4:30 como era o objetivo. E aquela reta na beira do mar? Lembrei, imediatamente, da Travessia Torres Tramandaí, a tão “temida” TTT que vai de Torres até Imbé. Perto da Anomati, e de todos os desafios impostos pela aventura, a TTT, eu conclui, que foi um passeio.

Mais do que pernas, a Anomati se mostrou um grandessísimo desafio mental. Primeiro porque você precisa sim estar treinado, bem treinado. Mas também tem que gerenciar a energia para vencer trechos difíceis. E, segundo, que além de se preocupar com sua performance, com os trechos difíceis e com os perigos das single track, foi preciso cuidar bandeira por bandeira para não se perder. Então imagine você em meio ao mato, muito cansado, praticamente desorientado tendo que procurar bandeiras penduradas em árvores ou em meio às dunas. Sim, Anomati é muito mais que um par de pernas correndo livremente sobre o asfalto.



O resultado? Assim como os líderes da prova que se perderam e completaram a segunda etapa da Anomati, que era de 24Km, em 36, eu também me perdi. Fiz menos de 36, mas desorientado, fiz 2Kms a mais e, apesar de muita vontade de desistir, continuei buscando o meu cocar alcançando o 5° lugar no geral. Aproveito o espaço e deixo meu parabéns à Maria Vargas e toda sua equipe que foram incansáveis na organização do evento. Mando, também, meu grande abraço aos meus parceiros de trail do grupo Glória Ultrarunners, Antonio Farias (que merece um grande parabéns pela 2° colocação) e ao Urbano Surreaux que mesmo competindo, na mesma semana, 44Km na KTR ainda prestigiou a Anomati.



 
 
 

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